Oh, meu amor!
Diz-me o que os teus olhos veem, quando olham para mim.
Diz-me aquilo que sentes, quando te vem o cheiro a jasmim.
Deixa-me ver no teu olhar
Um luar adormecido
Um beijo doce aquecido
No âmago do teu jardim.
Oh, que ternura e sentimento
No meu pranto um tormento
Por não te olhar eternamente
Quando olhas para mim.
Olha-me o sentimento,
Que não sucumbe por um momento
Nem intenta em resistir
Um aroma por ti sedento.
Tristes os meus olhos.
Não veem o que vês.
Mas no brilho do teu olhar,
Um vislumbre de lucidez.
Um beijo que te respira
Na alvorada desvanece.
Um instante de ternura
Retorna quando anoitece.
Oh, meu amor!
Diz-me o que os teus olhos veem, quando olham para mim.
Diz-me aquilo que sentes, quando te vem o cheiro a jasmim.
Diz-me no teu olhar
E eu logo renasço em mim
Para que possa renascer novamente
No âmago do teu jardim.
Filipa Fidalgo, 24 de dezembro de 2019