Desprazer

Que desprazer!
Desprazer de tudo fazer
O que faço, desfaço
O que construo, desconstruo
Nada mais do que este cansaço.
Ah, poder ser tudo e não ser nada!
Desfaço-me, desconstruo-me
Vivo e desvivo
Sou eu ou sou nada?
Ser eu sem ser nada
É viver apagada

Filipa Fidalgo 2015

Sou estrela ébria que perdeu os céus, Sereia louca que deixou o mar; Sou templo prestes a ruir sem deus, Estátua falsa ainda erguida ao ar...

‘Dispersão', Mário de Sá-Carneiro