Lisboa tem cheiro a poesia

Lisboa, tens cheiro a poesia
Amor, dança e fantasia
Janela debruçada sobre o Tejo
Mas em mim eu não te vejo.

É leve o teu respirar
Gosto de contigo acordar
Numa frescura desnuda
Que me abraça com ternura.

Lisboa, levei o teu amor
Mas trago as tuas manhãs de verão.
Manhãs que em mim tardam em tardar
Por não te verem em meu colchão.

Na minha doce madrugada
A tua voz pela calada
Preenche a minha solidão
E aquece a ternura do meu coração.

Lisboa, tens mais encanto
Quando na alvorada
Amanheces assim.

Lisboa, cuida de mim
Se o teu amor me encanta
Então é por ti que faço esta dança.

Ah Lisboa, o teu cheiro é madrugada
Coloco em ti a minha espada
E as memórias de verão.

Filipa Fidalgo, 2023

Donde pode nascer o amor? Talvez de uma súbita falha do universo, talvez de um erro, nunca de um ato de vontade.

Marguerite Duras