Não regresses

Não regresses 
Não te quererei 
Se um dia foste tudo 
O que sempre sonhei.

Dei-te o meu mundo 
E por ti me deixei 
Perdida no fundo 
Que ainda não encontrei. 

A saudade que tinha 
já não me amanhece.
E a dor que se avizinha 
Tão pouco me estremece.

Naquela hora tardia 
Fomos os dois 
Mais uma doce mentira 
num carro de bois*.

*referência ao poema “Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois” de Alberto Caeiro

Filipa Fidalgo, 04 de setembro de 2023

Sou estrela ébria que perdeu os céus, Sereia louca que deixou o mar; Sou templo prestes a ruir sem deus, Estátua falsa ainda erguida ao ar...

‘Dispersão', Mário de Sá-Carneiro